1 - Época Anterior a Moisés

Primeiras manifestações do "dar" e do "receber".


Desde Adão que Deus ensinava aos que se dedicavam a Ele. Não foi de qualquer maneira que Abel ofereceu sua oferta a Deus. Também Noé sacrificou a Deus, após o dilúvio. Nesta época podemos pelo menos concluir que Deus aceitava o culto de todos que se achegavam com fé. Se falou com Noé e com Jó, com certeza falava com quantos queria e orientava no que queria. Assim, pois, vemos que mesmo antes da lei mosaica dois procedimentos eram importantes: O relacionamento com Deus e o relacionamento com os homens. Deus se revelava ao homem através de dons: Deu a existência ao ser humano (criou), deu-lhe roupas (sacrificando o primeiro animal), dava a chuva, o sol, o alimento, a saúde e a crescente compreensão do Ser de Deus. Aqueles que alcançavam um bom relacionamento com Deus ofertavam a si próprios, o seu louvor e ação de graças, seja através de orações ou de sacrifícios. E quem possuía bom relacionamento com os homens demonstravam isso através do amor que se provava em ações de caridade, de socorro, etc. Vemos, por exemplo, Abraão sendo altruísta com relação ao seu sobrinho Ló, deixando que ele escolhesse a melhor parte (no sentido material) da terra para morar e ainda fazendo guerra para defendê-lo. Depois mostra como era cheio de amor ao interceder por Sodoma e Gomorra e por seu sobrinho.

Concluímos que um servo de Deus, mesmo na época que antecedeu à lei, era norteado pelo amor: A Deus e ao próximo. E a manifestação principal deste amor era através de ofertas: A Deus (sacrifícios, louvor, orações, etc) e ao próximo (afeto, carinho, compreensão, bondade, paciência, bens materiais como terras, bois, ovelhas e assim por diante). Uma última ênfase aqui: O amor se revela através do dom, da dádiva (oferta, doação). A natureza se rege através de leis de dar e receber: O sol joga seus raios para as plantas e elas dão o oxigênio e assim por diante. É claro que com o pecado a natureza saiu do equilíbrio perfeito no dar e receber. Este princípio do amor e de sua manifestação no "doar-se" norteia a vida do ser humano desde sua criação, continua mesmo após a queda e continuará para sempre. Na eternidade viveremos a plenitude e perfeição do amor, pois será eterna a atividade de dar e receber.


Primeira referência ao dízimo:

Gn 14:20 - "E de tudo lhe deu Abrão o dízimo." Esta é a primeira referência ao dízimo e é muito interessante. Vejamos:

1- Melquisedeque aqui simbolizava a Cristo.

2- Um dos significados da entrega dos dízimos é que Melquisedeque era sacerdote. Era um reconhecimento de Abrão deste fato.

3- Mesmo que Abraão tenha entregado o dízimo, antes de haver a lei do mesmo, não significa que Deus não o estivesse orientando. E, assim, na revelação de Deus à Igreja, este fato fora preparado para demonstrar que Cristo é de uma linhagem de sacerdócio diferente da de Abraão, em Levi. Sendo, portanto, superior. Ora, o apóstolo Paulo toma o fato de o dízimo pertencer aos levitas como argumento de que era um reconhecimento de ser Cristo também sacerdote, e de uma linhagem superior. Veja Hb 7:1-11. Fica aqui esclarecido já que os dízimos pertencem principalmente aos levitas.


Jacó aprendeu com seu pai:

Gn 28:22 - Jacó promete a Deus oferecer todos os dízimos. Não estamos aqui para especular. O que até agora foi revelado sobre o dízimo? Quase nada. Mas os homens na época de Jacó já tinham costumes referentes ao dízimo. Como se trata do tempo anterior à lei, vamos retirar daqui as seguintes lições:

1- Fazia parte da mente do povo, à luz de Gn 14:20 e 28:22 entregar os dízimos a Deus, ou diretamente ou através de alguém que o representasse.

2- Jacó ofereceria a Deus todos seus dízimos. Não sabemos como Deus orientaria sobre o método. Poderia ser que fosse sacrificando animais e oferecendo manjares e libações. Poderia ser que entregasse a alguém que fosse considerado sacerdote do Deus altíssimo, como Melquisedeque. Pode ser que entregasse aos pobres, etc. Ninguém sabe ao certo como seria.

Nenhum comentário: